FOCO EM
PLANEJAMENTO, ANÁLISE, MELHORIA CONTÍNUA E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS O PDCA é a “alma” da Manutenção Centrada em Qualidade.
A grande diferença é a Melhoria Contínua. O PDCA foi pensado para que
a organização aplique a Melhoria Contínua em todos os seus processos. A Melhoria Contínua é aquela que ocorre a cada
dia, a cada lição aprendida, a cada nova descoberta. Podemos entender bem
esse conceito se traçarmos um paralelo da organização com uma escada infinita
que leva à excelência. A escada não tem fim, ela sobe eternamente, rumando
sempre ao destino. Subir um degrau dessa escada por dia é o conceito de
Melhoria Contínua. Como o destino é inalcançável, o importante é se manter subindo
e melhorando. As indústrias não podem se manter estagnadas,
fazendo sempre as mesmas coisas e atingindo as mesmas metas. Essa é a fórmula
para o fracasso de uma companhia. Empresas estagnadas sucumbem perante a
concorrência e desaparecem rapidamente do mercado, sem deixar rastros. O ato de agir para corrigir desvios e,
posteriormente, replanejar os processos visando essas ações, por si só, é o
eixo motriz da Melhoria Contínua. Se agir em cima das falhas promove essa
melhoria, podemos dizer que ela consiste, basicamente, em RESOLVER
PROBLEMAS. Definir bem e resolver problemas irá fazer com
que a organização caminhe sempre para frente e o papel do gestor é tratar os
problemas como qualquer outra variável da operação, que deve ser entendida e
controlada, para garantir os resultados. Analogia clara de um problema em uma organização
com uma árvore. Figura 13 – Árvore-Problema por Partes. As consequências ou efeitos são aquilo que nós
enxergamos. Elas representam os galhos da árvore. Os efeitos, apesar de serem a parte evidente do
problema, não são o problema em si. Cortar os galhos da árvore não vai acabar
com ela, pois rapidamente irão crescer novamente. O mesmo ocorre com os
efeitos, apenas resolvê-los, sem tratar o problema efetivamente, irá fazer com
que voltem a ocorrer novamente em pouco tempo. Por exemplo, em um equipamento que apresenta
quebras de rolamentos constantes, apenas trocar o rolamento quebrado não irá
resolver o problema, pois em breve ele irá quebrar novamente. Já o problema central é o que vem por trás dos
efeitos. Ele está sendo encoberto pelo efeito e, muitas vezes, esse fato
interfere na sua resolução. O problema representa o tronco da árvore. Cortar a árvore pelo tronco pode parecer eficaz
em um primeiro momento, entretanto, depois de muito tempo, essa árvore irá
crescer novamente e irá novamente mostrar os galhos. O mesmo ocorre no
problema, descobrir o problema e tomar ações para corrigi-lo é melhor que
apenas sanar os efeitos do problema, entretanto, para impedir que o problema volte
a crescer, é necessário descobrir a sua causa-raiz para eliminá-la
completamente. Como se costuma dizer, o certo é “cortar o mal pela raiz”. A
causa-raiz ou causas-raiz, muitas vezes, não está(ão)
relacionada(s) diretamente com o problema, por vezes ela é oriunda de uma
ação mal planejada, ou de um parâmetro não controlado em algum processo que,
consequentemente, acabou ocasionando o problema. Ela é a raiz da árvore do
problema e caso seja detectada e “arrancada” mediante tomada de ações
corretivas, o problema nunca mais irá ocorrer novamente. É muito importante frisar, que esses conceitos,
dentro desse contexto, não podem ser confundidos com conceitos utilizados na
análise de falhas, como o FMEA (Análise dos Modos e Efeitos de Falha). O objetivo da árvore-problema é simplesmente
mostrar o comportamento dos problemas nas indústrias, principalmente nos
processos. Para resumir o entendimento, podemos definir o
seguinte: 1. Consequências – Situações evidenciadas na operação que fogem
dos parâmetros estabelecidos, gerando um estado de Não-Qualidade. 2. Problema
Central – Real motivo que ocasionou a consequência. Não é
possível evidenciá-lo sem análise. 3. Causas – Fato que gerou o Problema Central. Ponto ideal
para tomada de ação corretiva e eliminação definitiva do problema. Para promover a Melhoria-Contínua (premissa
básica do PCDA), é necessário corrigir problemas, sendo que a correção desses
problemas exige método bem definido e ferramentas adequadas para que possa
ser realizada. Entender o formato do problema nas organizações
já é um grande passo, mas para resolvê-los será necessário utilizar as
“poderosas” ferramentas da qualidade. AS 7 FERRAMENTAS BÁSICAS DA QUALIDADE A ideia de Manutenção Centrada em Qualidade, nada
mais é do que centrar no núcleo da Gestão da Manutenção uma abordagem
utilizando as 7 principais Ferramentas da Qualidade. O termo “7 Ferramentas Básicas da Qualidade’’ foi
introduzido por Kaoru Ishikawa, um engenheiro
japonês conhecido por ser um grande teórico da administração das companhias
japonesas e, também, um dos grandes gurus da qualidade que revolucionaram a
indústria. Coincidentemente (ou não), Ishikawa foi
amplamente inspirado a realizar a sua obra graças a uma série de palestras
ministradas pelo professor Edwards Deming (o grande difusor do PDCA) no
Japão, após a segunda guerra mundial. O termo “7 ferramentas da qualidade” foi
inspirado nas “7 Armas de Musashibo Benkei”, história muito popular no folclore japonês,
devido aos grandes atos de honra e coragem realizados pelo monge guerreiro. Da mesma forma que Benkei
desempenhou feitos incríveis com as suas 7 armas, a ideia introduzida por
Ishikawa é que o gestor industrial desempenhe seu trabalho de maneira
excelente com esse “pacote” de ferramentas. Figura 14 – As 7 Armas de Musashibo Benkei. Criação da Matriz da Manutenção Centrada em
Qualidade, para que cada ferramenta seja empregada de maneira adequada nas
etapas de planejamento, execução, verificação e ação de melhoria dentro da
gestão da manutenção. Observe as 7 ferramentas na imagem a seguir: Figura
15 – As 7 Ferramentas da Qualidade As Matrizes de
Utilização das Ferramentas na Manutenção Centrada em Qualidade As 7 Ferramentas da Qualidade são assim
conhecidas por serem extremamente importantes no mapeamento e controle dos
processos, e por serem simples de utilizar, atém mesmo por pessoas que não
tenham amplo conhecimento em métodos estatísticos. Esse segundo fator é muito importante, além de
ser extremamente relevante para a popularização dessas ferramentas. No dia a dia das indústrias, diversas operações
serão realizadas por pessoas que não têm, de fato, especialização em controle
estatístico de processos (devido à própria natureza simples e repetitiva
intrínseca a essas operações), porém, são nessas operações que os dados
surgem, sendo que esses são cruciais para o controle de indicadores dos
processos. Os operadores (pessoas responsáveis por,
executarem as tarefas do dia a dia das indústrias) não têm habilidades
gerenciais para analisar indicadores, contudo, são elas que geram os
indicadores a serem analisados. O PDCA entrega as coordenadas para o sucesso na
gestão e na melhoria contínua, entretanto, não entrega, por si só, método
para realizar cada uma das 4 etapas. As 7 ferramentas, propostas por Ishikawa, servem
como suporte para aplicação da metodologia PDCA, a qual cada uma delas pode
ser utilizada em uma etapa diferente, possibilitando o ciclo. Concatenando todas essas informações, abrimos um
horizonte interessante pela frente, em que a gestão da qualidade pode ser (e
já é) grande aliada da gestão da manutenção, no tocante a organização e
planejamento da área, voltada ao sucesso organizacional. Essa ideologia será resumida em uma matriz denominada
como Matriz da Manutenção Centrada em Qualidade, sendo que ela irá conduzir
todo o fluxo dessa abordagem até que seja finalizada. |