CIRCUITOS
MONOFÁSICOS IDEAIS Um circuito monofásico é aquele alimentado por uma
única tensão alternada. O estudo dos circuitos de C.A. deve ser precedido pela
análise de três circuitos ideais, isto é, pelo estudo do que ocorreria se pudéssemos
ter circuitos com resistência pura, com indutância pura e com capacitância pura.
Compreendida a atuação de cada um desses parâmetros,
torna-se mais fácil assimilar o que ocorre num circuito real, onde atuam simultaneamente.
De acordo com o que já foi estudado, qualquer
circuito de corrente alternada apresenta resistência- reatância cia indutiva e reatância capacitiva. Na maioria dos
casos, porém, um ou dois destes três elementos têm tão pouca influência no
circuito que podem ser desprezados. Após o estudo dos circuitos ideais veremos os
circuitos monofásicos EM SÉRIE E PARALELO E MISTOS. Por sua Vez, os circuitos
em série serão divididos em três grupos: circuitos R-C, circuitos R-L e
circuitos R-L-C. CIRCUITO PURAMENTE RESISTIVO Trata-se de um circuito (Figura 01} em que que a
única dificu1dade a ser vencida pela tensão é a resistência efetiva e portanto, FIG. 01 Z=R convém esclarecer que "R" não é apenas a
resistência de um resistor e sim A RESISTENCIA EQUIVALENTE DE TODO OS ELEMENTOS QUE CONSTITUEM O CIRCUITO. A intensidade da corrente fornecida pela fonte é
A tensão ER e a intensidade da corrente
atingem valores correspondentes ao mesmo tempo: FIG. 02 Quando isto ocorre com duas grandezas,
dizemos que estão EM FASE. Em outras palavras, a tensão ER e a intensidade
da corrente no circuito atingem seus valores máximos, mínimos ou quaisquer
valores no mesmo instante. Isto é evidente, pois ER = IR R é constante. ER = E Como as duas grandezas E. e I são senoidais e estão
em fase, podemos representá-las vetorialmente conforme a figura FIG. 03 Toda a energia aplicada a este circuito é usada para
vencer apenas sua resistência. Assim, podemos concluir que Potência
reativa = 0 Potência
real = Potência aparente O cálculo da potência em C.A é feito com as mesmas
equações estudadas em C.C., observados apenas os seguintes fatos: - A potência aparente refere-se à energia gasta por
segundo para vencer a dificuldade total do circuito; para calculá-la devemos
considerar a impedância (Z) e a tensão total aplicada ao circuito (E): - Potência real é apenas a energia gasta por segundo
para vencer a resistência efetiva. No seu cálculo é considerada simplesmente
a resistência efetiva (R) e a tensão ER:
- A potência reativa é a energia gasta unicamente
para vencer a reatância do circuito. Para calculá-la, consideramos a reatância
(X) e a parcela da tensão destinada a vencê-la (Ex):
VOLTS-AMIPÊRES REATIVOS (Vars) Como vimos, o circuito que está sendo considerado
não apresenta reatância, e a potência reativa é nula. O fator de potência do circuito é igual a I ou 100%;
isto porque toda a energia aplicada ao circuito está sendo gasta para vencer
sua resistência. Também pela expressão abaixo chegamos à mesma conclusão: CIRCUITO PURAMENTE CAPACITIVO FIG. 04
XC simboliza a reatância capacitiva
total do circuito, isto é, a reatância oferecida pela capacitância
equivalente do circuito. A intensidade da corrente no circuito é Donde
FIG. 05 Dizemos que E, e I estão DEFASADAS de 90 graus
elétricos; como os valores de I se antecipam aos valores de Ec
, afirmamos que I está adiantada 90° graus elétricos
em relação a Ec. Como estas duas grandezas são senoidais e estão
defasadas 90° graus elétricos, podemos representá-las vetorialmente de acordo
com a figura
FIG. 06 Toda a energia aplicada a este circuito é usada para
vencer sua reatância capacitiva. Concluímos que Potência real = 0 Potência reativa = Potência aparente As potências aparentes e reativa podem ser
calculadas com qualquer das expressões: Q=S=EI=ECI=I²Z=I²XC=E²/Z=EC²/XC
CIRCUITO PURAMENTE INDUTIVO FIG. 07 O circuito apresenta uma única dificuldade ao
estabelecimento de unia corrente elétrica: a sua reatância indutiva. Desta forma podemos escrever que Z=XL =2πfL XL simboliza a reatância indutiva total
do circuito; é a reatância oferecida pela autoindutância equivalente do
circuito. A intensidade da corrente no circuito é I = E/Z = E/XL
= E/2πfL Donde E=IZ e Z=E/I Estudamos que a indutância no circuito retarda o
crescimento e a queda da corrente, e vimos que a força eletromotriz de autoindução
é máxima quando I é igual a zero, e vice-versa. Portanto,
FIG. 08 Neste caso, dizemos que I está atrasada 90° graus
elétricos em relação à grandeza EL. Vetorialmente, podemos representar estas duas
grandezas do seguinte modo: FIG. 09 A energia aplicada ao circuito tem a exclusiva
finalidade de vencer a reatância indutiva, donde concluímos que: Potência reativa =
Potência aparente Potência real = 0 As potências aparentes e reativa podem ser
calculadas com qualquer das expressões abaixo: Q=S=EI=ECI=I²Z=I²XL=E²/Z=EL²/
XL O fator de potência do circuito é zero, porque não está
sendo gasta energia para vencer resistência. Chega-se à mesma conclusão pela
expressão |