Cálculo Luminotécnico | Definições e como fazer o cálculo de forma fácil

Nos nossos outros posts sobre os projetos luminotécnicos nós não falamos no cálculo luminotécnico. Até agora, o foco eram os tipos de iluminação, temperaturas de cor, etc. No entanto, esse cálculo é uma parte importante do planejamento da iluminação.

 

A essa altura nós já sabemos a importância de uma boa iluminação. Ela é essencial para garantir que você consiga fazer o que deseja no ambiente. Ou seja, se o foco é o estudo, a iluminação ideal poderá ajudar a tornar o ambiente apropriado para a tarefa.

Dessa forma, é possível fazer um planejamento detalhado das funções de cada cômodo. Para então pensar na forma mais adequada de criar a iluminação de cada um deles.

Neste post nós partimos para algo mais específico. O cálculo de iluminação ou cálculo luminotécnico é essencial para garantir que o ambiente receba iluminação o suficiente. A depender do número de lâmpadas escolhidas.

Por tanto, nós falaremos um pouco mais sobre esse cálculo e como você pode fazê-lo em casa. Para garantir que todos os cômodos do seu imóvel tenham uma iluminação perfeita.

  • Conceitos de iluminação

Antes de começar a entrar nos números e fazer os cálculos, é necessário entender alguns conceitos. Esses nomes serão frequentemente utilizados durante os cálculos como variáveis. Logo, é essencial que você saiba a que cada um deles se refere.

 

Fluxo luminoso: O fluxo luminoso é a quantidade de luz que será emitida por uma fonte de luz em um ambiente (lm)

Cálculo Luminotécnico

Intensidade luminosa: Como o próprio nome sugere, é a intensidade de luz em uma direção.

Iluminância: A iluminância é o fluxo luminoso do ambiente por área. Para descobrir esse valor apenas é necessário dividir o fluxo luminoso pela área do local.

Esses conceitos estarão presentes nas fórmulas a seguir. E são importantes para fazer o cálculo corretamente. Por tanto lembre-se deles.

 

  • Por que cálculo Luminotécnico? | Cálculo de Iluminação

Saber a quantidade de luz necessária para iluminar um local de forma uniforme não é simples. Para resolver a situação foi criada a ABNT NBR ISSO/CIE 8995-1:2013. Que basicamente é a norma com os níveis de iluminância ideal para cada ação.

Por exemplo, você precisa de mais iluminação para procurar um objeto do que para digitar em um teclado. Logo, essa normal busca listar a quantidade de lux (fluxo luminoso) ideal para cada ação nos diferentes ambientes. Veja alguns exemplos:

  • Leitura na sala de estar: 500 lux
  • Utilizar o fogão, pia ou mesa na cozinha: 300 lux
  • Estar na cama, espelho ou penteadeira do quarto: 500 lux
  • Utilização do banheiro do espelho: 500 lux
  • Utilização de escadas e garagem: 500 lux
  • Arquivar arquivos no escritório: 300 lux
  • Escrever ou ler no escritório: 500 lux
  • Desenhar no escritório: 750 lux

Por tanto, o lux servirá para pedir a quantidade de luz necessária para realizar determinadas tarefas. Desde as mais básicas as mais complexas. Sendo assim, você poderá saber de quanto iluminação cada espaço precisa.

 

  • Como calcular o fluxo luminoso LED?

O fluxo luminoso ou flux é uma parte importante do cálculo luminotécnico. Ele é calculado através de uma fórmula com diferentes variáveis.

LM (Fluxo luminoso no ambiente) / m² do local = lux total do ambiente

Para utilizar a fórmula é necessário saber qual tipo de iluminação você irá utilizar. Vamos supor que você escolha uma luminária da marca X que fornece 700 lumens. Para completar as informações, suponhamos que você possua um ambiente de 5 m². Logo, quando jogamos os dados que temos na fórmula, podemos observar o seguinte:

700 lm / 5 = 140 lux

A ABNT recomenda que cada ambiente possua no mínimo 50 lux de iluminação. Porém, esse valor irá variar a depender do que você pretende fazer no ambiente. Segue uma tabela de luz recomendado de forma mais geral:

  • Movimentação: 150 lux
  • Tarefas básicas: Entre 250 e 500 lux
  • Trabalho contínuo: Entre 500 e 1000 lux
  • Necessidade de maior precisão: Entre 1000 e 2000 lux
  • Trabalho mais “fino”: Mais que 2000 lux

Vale lembrar que essa não é a única forma de fazer o cálculo luminotécnico. Ao invés de tentar descobrir se uma luminária especifica possui a quantidade de lumens adequada, você pode primeiramente buscar saber a quantidade recomendada de lumens para um ambiente especifico. Dessa forma, você apenas precisará comprar lâmpadas o suficiente para o valor total de lúmens.

 

Vamos imaginar um ambiente onde eu estou fazendo atividades básicas por algumas horas. A ABNT me diz que eu preciso de ao menos 250 lux para fazer essa atividade. Logo, nossa fórmula ficará da seguinte forma.

X LM/ 5 m² = 250

250 x 5 = 1250 lm

2 lâmpadas que emitem cerca de 600 lúmens será o suficiente para iluminar o nosso ambiente. Uma vez que a soma das duas fornecerá 1200 lm.

  • Cálculo Luminotécnico ou Cálculo de iluminação | Fluxo Luminoso

A versão anterior é a simplificada, e há uma mais completa com um maior número de variáveis. O objetivo desta equação é descobrir a quantidade de luminárias necessárias para iluminar um ambiente.

Este valor ainda será de acordo com as normas da ABNT de necessidade de iluminância. Esse valor como nós vimos, depende da atividade que será executada no ambiente. Sendo que, quanto mais detalhado o trabalho, maior a necessidade de iluminância.

 

  • A fórmula para o cálculo do fluxo luminoso é a seguinte:

Onde:

  • Φ = Fluxo Luminoso
  • S = Área do recinto (S = L x C)
  • E = Iluminância em lux (Normas da ABNT)
  • D = Fator de Depreciação (Teto, Parede e Piso)
  • μ coeficiente de utilização (Normas técnicas)

O próximo passo será escolher a luminária que será usada. Como falamos em nossos outros posts, que você pode acessar clicando aqui. Há diversos fatores que influenciam a escolha da luminária.

Entre eles estão o tipo de iluminação, sendo direta ou indireta. A temperatura de cor da luz, podendo ser fria ou quente. O espaço disponível no ambiente, a decoração, a posição dos móveis. Todos esses fatores devem ser analisados para escolher as luminárias.

Porém, uma vez que a escolha esteja feita, poderemos calcular o número de lâmpadas necessárias com a seguinte fórmula. Utilizando as informações encontradas na embalagem ou caixa da lâmpada escolhida.

Com o valor do fluxo luminoso, você deverá aplicar as variáveis à seguinte fórmula:

Número de luminárias = Fluxo luminoso total / Fluxo luminoso de cada luminária

  • Tipos de lâmpadas

A escolha das lâmpadas também é essencial durante esse processo. O ideal é achar uma lâmpada com boa duração, que não consuma muito energia e que seja suficiente para iluminar o ambiente. Diferentes lâmpadas terão também IRC diferente.

 

Você lembra do IRC? De forma resumida, o IRC ou índice de reprodução de cores representa o quão fiel são as cores de um objeto sobre determinada luz.

Cálculo Luminotécnico IRC

Logo, é importante que a lâmpada escolhida possua um bom IRC. Principalmente se elas forem utilizadas para ambientes como escritórios, que requerem uma melhor visualização. Ou até mesmo uma loja ou cozinha. Voltando as lâmpadas, existe alguns modelos principais:

  • Lâmpadas incandescentes.

As lâmpadas incandescentes não são tão utilizadas hoje em dia, pois elas provocam aquecimento, tem menor durabilidade e são mais sensíveis. No entanto, justamente devido ao fato de sua qualidade não ser das melhores, o preço é baixo.

Isto é o suficiente para atrair compradores. É esperado que as lâmpadas incandescentes durem entre 600 a 1000 horas apenas. Um lado positivo desse tipo de lâmpada, é que seu IRC é bastante alto, 100%.

  • Lâmpadas fluorescentes

As lâmpadas fluorescentes surgiram para substituir as incandescentes. Elas duram muito mais e têm um ótimo custo-benefício. Outro fator é a sua eficiência luminosa, que chega a 104 W.

Apesar das vantagens, esse tipo de lâmpada é relativamente barato e pode ser encontrado com facilidade. Seu IRC é um pouco inferior, ficando entre 70 e 95%. No entanto, ela continua sendo uma melhor opção comparada a incandescente.

 

  • Lâmpadas LED

Um dos grandes benefícios da lâmpada de LED é a economia de energia. Além disso, elas tendem a ser menores e mais discretas que as outras lâmpadas. Sua duração pode chegar a 50.000 horas.

Um ponto interessante é que as lâmpadas de LED conseguem replicar tanto a temperatura quente quanto a fria. Para saber qual tipo você está cobrando, cheque a embalagem. Seu IRC é de 50 a 90%.

Ao escolher a lâmpada certa você irá garantir maior durabilidade, e menos gasto de dinheiro futuro com possíveis reparos. Logo, as vezes pagar um pouco mais por uma lâmpada de qualidade irá valer a pena a longo prazo.

  • Dicas para seu cômodo não ficar nem escuro e nem claro demais

Nós já sabemos que para fazer um bom projeto luminotécnico é preciso fazer o cálculo luminotécnico. Além disso, sabemos que os tipos de lâmpada são importantes. Visto que elas podem durar mais tempo, ter um melhor IRC, entre outras vantagens.

Mesmo assim, há alguns truques que você pode ter em mente na hora de planejar a iluminação do seu cômodo. Eles irão garantir que a chance de erro seja mínima.

 

  • Anota ai!
  • Qualquer ambiente que você use para descansar, como salas e quarto não precisam de muita energia. Isso significa que você pode diminuir a quantidade de lux do cálculo. Uma vez que você não estará fazendo coisas detalhadas nesses ambientes.
  • Se a decoração do seu apartamento/imóvel é escura, ele precisa de mais iluminação. Isto porque a luz refletida em superfícies claras ajuda a iluminar o ambiente. No entanto, quando a decoração do local é escura, ocorre o contrário. Sempre coloque lux a mais quando fazendo o cálculo Luminotécnico para lugares escuros.
  • Os locais onde você se veste, se troca e se arruma precisa de mais luz. Mesmo que sua atividade seja considerada “básica”, aumente o lux para cerca de 500.
  • Principalmente em ambientes maiores é possível utilizar mais de um tipo de iluminação. Utilize mais de um modelo, como spots e luminárias ou abajur. Reveze também entre a luz fria e luz quente.

Cálculo Luminotécnico com iluminação variada

  • Quanto maior e mais alto for o seu imóvel, de mais luz ele precisa. Se o teto do seu apartamento é extremamente alto, isso significa que qualquer coisa que você pendure ficará longe chão, as lâmpadas também.
  • Use calculadores automáticos. O cálculo luminotécnico apresentado neste artigo é uma versão simplificada. Caso você não tenha facilidade com os cálculos, existe uma solução desenvolvida por nós que faz esse serviço por você automaticamente. Tudo que você precisa fazer é baixar a planilha e inserir a largura do cômodo, o comprimento, o pé direto e outros dados como de luminária e cores de piso, teto e parede.
  • Conclusão

Neste post nós discutimos um pouco sobre como o cálculo luminotécnico ou cálculo de iluminação pode ser feito. Também falamos brevemente sobre alguns conceitos, para que as variáveis das fórmulas fizessem sentindo.

 

Em resumo, vimos que:

  • O cálculo luminotécnico é necessário para descobrir com precisão o número de luminárias necessárias. Sem ele, há a possibilidade de o ambiente ficar claro ou escuro de mais.
  • Variáveis que irão influenciar o cálculo são basicamente tamanhos do cômodo, o fluxo luminoso e fator de depreciação.
  • Você não precisa fazer o cálculo a mão pois já desenvolvemos uma planilha chamada “Ilumina Já!” que fará o cálculo para você. Contanto que você coloque as informações necessárias.

Nesta fase, é necessário levar em consideração o tipo de iluminação, temperatura de cor e espaço disponível. Uma vez que esses fatores irão influenciar na escolha da luminária. Que por sua vez, irá influenciar no fluxo luminoso.

Afinal, você finalmente aprendeu a fazer o cálculo luminotécnico? Deixe um comentário nos contanto se as informações deste post foram úteis para você!

O que é Fluxo Luminoso?

lO que é Fluxo Luminoso?

Símbolo:

Unidade: lúmen (lm)

O conceito de fluxo luminoso é de grande importância para os estudos de iluminação.

O fluxo luminoso é uma grandeza fotométrica derivada da intensidade luminosa.

O conceito de fluxo luminoso está estreitamente ligado com a capacidade do homem de ver, pois a luz é uma forma de energia radiante que é percebida pelo homem e sua interação com o indivíduo está vinculada ao estudo experimental da sensibilidade visual do olho humano.

Compreender seu comportamento físico é imperativo para o especialista em luminotécnica.

 

O fluxo luminoso está contido no fluxo energético (ou fluxo radiante) e este, por sua vez, é uma energia resultante da radiação (energia radiante).

O fluxo energético é uma grandeza que corresponde a um trabalho na unidade de tempo e, portanto, sua unidade de medida corresponde a de uma potência expressa em watts.

Isto permite inferir que o fluxo luminoso é uma potência luminosa.

Entretanto, se o fluxo luminoso é uma potência luminosa, surge a pergunta: por que também não é expresso em watts?

Em princípio a resposta é afirmativa.

O problema está no fato de que sua grandeza está associada com o estímulo que provoca na visão e nesse caso a unidade deve refletir essa associação.

 

Sabe-se que a sensibilidade do olho humano reage ao estímulo visual de forma diferenciada, segundo o comprimento de onda da radiação.

Apesar de que a visão varie de indivíduo a indivíduo, a Comissão Internacional de Iluminação estabeleceu a curva da eficácia luminosa espectral relativo para o observador padrão (baseado em estudo estatístico do comportamento médio do olho humano).

Desta forma, a energia radiante ao incidir sobre a retina estimula-a de forma proporcional aos valores contidos no quadro mencionado.

A figura a seguir permite compreender a conexão entre energia radiante e o fluxo luminoso, no qual a eficiência luminosa espectral relativa age como um filtro para a energia radiante, isto é, sua correspondência entre os valores relativos V (λ) e os comprimentos de onda (λ) respectivos, permite que se possa avaliar o efeito visual da energia radiante.

Fluxo Luminoso

Portanto, o fluxo luminoso representa uma potência luminosa emitida ou observada, ou ainda, representa a energia emitida ou refletida, por segundo, em todas as direções, sob a forma de luz.

Veja também: Análise Completa da NBR 5413.

Sua unidade é o lúmen [lm]. Em uma analogia com a hidráulica seria como um chafariz esférico, dotado de inúmeros furos na sua superfície.

 

Os raios luminosos corresponderiam aos esguichos de água dirigidos a todas as direções e decorrentes destes furos.

Representação do Fluxo Luminoso

A definição rigorosa de fluxo luminoso é a de uma grandeza derivada do fluxo radiante Φe, pela avaliação da radiação, de acordo com a sua ação sobre o observador fotométrico padrão CIE.

 

Em termos matemáticos é:

Fórmula do fluxo radiante

Onde:

Termos Matemáticos do fluxo luminoso

Os limites mínimo e máximo da integral correspondem a limitação da visão do olho humano (380-780 nm).

O coeficiente de 683 lm/W não depende das unidades escolhidas e significa que uma radiação monocromática de comprimento de onda igual a 555 nm e de 1 W, equivale a 683 lumens.

Este valor é teoricamente o maior rendimento que pode ser obtido de uma fonte luminosa que emite uma luz monocromática com comprimento de onda de 555 nm (corresponde, grosseiramente, a uma cor verde-amarela).

Na prática, as fontes luminosas, salvo para fins especiais, não são monocromáticas e sua energia se distribui ao longo do espectro. Em função disto, o seu valor se reduz muito.

NBR 5413 – Iluminância de Interiores

A norma NBR 5413 – Iluminância de Interiores estabelece os valores de iluminâncias médias mínimas em serviço para iluminação artificial em interiores, onde se realizem atividades de comércio, indústria, ensino, esporte e outras.

Faça o download totalmente livre de vírus, fizemos questão de fazer o upload depois de um vasto escaneamento:

Download da NBR 5413/92 – Iluminância de Interiores

Nós da Engenharia em Planilhas, disponibilizamos uma planilha super automatizada para cálculo luminotécnico que segue a NBR 5413.

 

Vídeo Resumo do Artigo

A seguir, vamos destrinchar todos os pontos da norma e comentar os principais aspectos técnicos de iluminação encontrados:

1) Objetivo da NBR 5413

Esta Norma da ABNT dita a quantidade de iluminâncias médias mínimas em serviço para a adequada iluminação artificial em interiores, para ambientes que se realizem atividades de indústria, esporte, comércio, residência, indústria, ensino e diversas outras.

2) Documentos Complementares

Para o uso mais aprofundado da norma, é importante que haja o devido domínio das outras seguintes normas de iluminação:

·         NBR 5382 – Verificação da iluminância de interiores – Método de ensaio

·         NBR 5461 – Iluminação – Terminologia

Na primeira, se destaca a importância de se conhecer como é medida a iluminância de ambientes interiores de formatos retangulares, a aparelhagem que se usa e como se dispõem as fotocélulas.

Já a segunda se mostra muito mais elaborada no intuito de definir termos gerais relacionados a iluminação, ou seja, vai comentar assuntos relacionados ao universo de iluminação.

Ambas as leituras são importantes para a especialização na área mas não fundamentais para o entendimento da NBR 5413.

3) Definições

As seguintes definições apresentadas pela norma, vão entrar no hall de conhecimentos mínimos necessários para o entendimento de iluminação de interiores.

 

3.1) Iluminância (E)

Limite da razão do fluxo luminoso recebido pela superfície em torno de um ponto considerado, para a área da superfície quando esta tende para zero.

Nota: A iluminância em serviço é determinada segundo a NBR 5382.

Trata-se em outras palavras, de um fluxo luminoso que incide em uma área medida em m², quando esta é muitíssimo pequena.

A unidade de Iluminância é chamada de lúmen e quando o fluxo de 1 lúmen “bate” perpendicularmente sobre uma área de 1 m² nós temos uma grandeza de luminância (sem o “i” antes do “l”), ou seja, 1 lux.

definição de iluminância

Os aparelhos que medem a iluminância de um ambiente são chamado de “luxímetro”.

3.2) Campo de trabalho (ou “Plano de Trabalho”)

Superfície cuja região, exige condições de iluminância adequadas ao trabalho visual a ser desenvolvido.

O plano de trabalho pode ser o piso, uma mesa de escritório, uma gôndola de mercadoria, uma estante de uma biblioteca ou até mesmo uma maquete.

Plano de Trabalho segundo NBR 5413

 

4) Condições gerais

·         A iluminância deve ser medida no campo de trabalho. Quando este não for definido, entende-se como tal o nível referente a um plano horizontal a 0,75 m do piso.

·         Pode-se utilizar de iluminação extra para o caso da necessidade de se aumentar a iluminância em determinado campo de trabalho.

·         Há um limite mínimo definido na NBR 5413 para a iluminância no restante do ambiente de 10% para o que for adotado no campo de trabalho, mesmo que haja uma recomendação para um valor menor.

·         Recomenda-se ainda que a iluminância em qualquer ponto do plano de trabalho não seja inferior a 70% da iluminância média determinada segundo a NBR 5382.

5) Tabelas de Iluminâncias contidas na NBR 5413

Neste ponto é importante destacar que no cálculo luminotécnico, o projetista pode, segundo a norma, escolher como “dado de entrada” a Iluminância necessária do ambiente que está projetando de 2 formas:

·         Através da tabela por classe de tarefas visuais, cuja classificação é mais abrangente ou;

·         Através da extensa lista de iluminância por atividade, cujo número disponível é de 405 opções!

5.1) Iluminâncias por classe de tarefas visuais

Tabela 1 – Iluminâncias por classe de tarefas visuais

Tabela de Iluminância por classes de tarefas visuais da nbr 5413

Você já deve ter notado na coluna central “Iluminância (lux)” que existem 3 valores de iluminância disponíveis para adoção por parte do projetista

Apesar da nbr 5413 liberar que o responsável técnico não esteja enrijecido apenas nessa faixa de valores, a mesma recomenda que o critério de escolha entre os 3 valores seja seguido conforme procedimentos a seguir:

 

5.2) Seleção de Iluminância

O procedimento mais recomendado pela nbr 5413 para a determinação do nível de iluminância (baixa, intermediária ou máxima) é acompanhando os passos a seguir:

Tabela 2 – Fatores determinantes da iluminância adequada

Tabela 2 da NBR 5413 - Fatores determinantes da iluminância adequada

1.      O projetista deve primeiramente analisar a tabela 2 e escolher a resposta para 3 perguntas:

2.      A idade do público que usará o espaço cuja iluminação se está querendo calcular é: Inferior a 40 anos; de 40 a 55 anos; ou superior a 55 anos?

3.      Existirá uma necessidade de velocidade e/ou precisão na execução das tarefas exercidas no espaço: Sem importância; Importante; Crítica. Nota: Como exemplo de precisão, pode-se mencionar a leitura simples de um jornal versus a leitura de uma receita médica, sendo a primeira sem importância e a segunda crítica.

4.      Como é considerada a refletância do fundo da tarefa (ou seja do plano de trabalho)? Superior a 70 %; entre 30 à 70%; ou inferior a 30%?

Nesse ponto, a norma não cita, mas a literatura nos dá uma tabela muito útil para que nós possamos achar a refletância do fundo do nosso plano de trabalho (mesmo que o fundo seja o próprio piso), eu particularmente uso um valor médio para o material que eu estou usando:

Tabela 3 – Refletância de Cores e materiais

Tabela 3 - Refletâncias de cores e materiais para iluminância de interiores

5. Respondida essas questões, o projetista irá somar os pesos encontrados na tabela 2 (-1, 0, ou +1) para cada resposta

6. Se o valor da soma for -2 ou -3, o mesmo deverá usar o limite inferior contido na tabela 1 ou na tabela de atividades. Se o resultado for +2 ou +3 é o inverso, o engenheiro usará o limite superior, resultado da soma diferente desses dois, usará o valor intermediário da iluminância.

5.3) Iluminâncias em lux, por tipo de atividade (valores médios em serviço)

Tabela 4 – Iluminância por atividade

Tabela 4 - Iluminâncias por atividades e locais segundo a nbr 5413

 

A sucessora da NBR 5413

Apesar da norma em questão ter sido desenvolvida já como forma de evolução da versão de 1982, a mesma sofreu algumas atualizações como mostra o site de catálogo da ABNT.

A nova norma em questão é a ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013, elaborada no Comitê Brasileiro de Eletricidade (ABNT/CB-03) pela Comissão de Estudo de Aplicação Luminotécnicas e Medições Fotométricas (CE-03:034.04).