5.RESISTÊNCIA
ELÉTRICA
5.1 Definição
Conforme foi descrito nos capítulos "Força
eletromotriz" e "Corrente elétrica" desta apostila, a tensão
entre dois pontos de um material provoca uma corrente elétrica no mesmo.
Como o movimento de elétrons livres no material
se dá de átomo para átomo, o elétron sai da camada de valência de um átomo e
entra na camada de valência do que está mais próximo, daí para a de um
terceiro, e assim sucessivamente.
O núcleo dos átomos (positivo) exerce uma força
de atração sobre os elétrons (negativa).
Cada vez que um elétron livre entra iria
eletrosfera, de um átomo, passa a ser atraído pelo núcleo do mesmo e, por isso,
encontra alguma dificuldade para se deslocar para o átomo seguinte. Esta
dificuldade é chamada resistência elétrica.
Logo, resistência elétrica (R) é a dificuldade
encontrada pela corrente elétrica ao atravessar um material.
5.2 Unidade
de medida
A unidade de medida de resistência elétrica é o
ohm, simbolizado por WEm alguns casos, é necessário medir valores
muito elevados de resistência como, por exemplo, a isolação plástica dos fios
elétricos, onde a unidade não seria adequada. Em situações como essa, são
utilizados múltiplos do ohm: mega ohm (M ), que equivale a um milhão de ohms,
ou quilo ohm (k ), que equivale a mil ohms. Existem situações em que é
necessário medir valores muito baixos de resistência, como, por exemplo, em uma
barra de cobre a ser instalada em um painel. Em casos desse tipo, é necessário
utilizar submúltiplos da unidade: mili ohm (m ), que equivale à milésima parte
do ohm, ou micro ohm (µ ), que equivale à milionésima parte do ohm
Tab. 4 – Múltiplos e submúltiplos do ohm
5.3 Instrumentos
de medida
Para medir
resistência elétrica é utilizado o ohmímetro, cujo símbolo é:
Fig. 20 – Representação do ohmímetro
Grandes valores de resistência são medidos
através do megôhmetro, na prática chamado rnegger
Fig. 21 –
Representação do megômetro ou através do quilohmímetro
Fig. 22 – Representação do kilo-ohmímetro
Pequenos valores
de resistência são medidos através do mili ohrnírnetro
Fig. 23 – Representação do mili-ôhmímetro
Na escolha do ohmímetro para realizar uma
medição, devem ser observados todos os símbolos gravados no mesmo, que o
identificam e estabelecem as condições adequadas de uso.
Existem, basicamente,
dois tipos de ohmímetro: analógico e digital.
Os formatos dos ohmímetros são variados, mudando
de um fabricante para outro, ou, ainda, de acordo com o tipo de utilização
(portátil, para fixação em painéis, para uso em bancadas, etc.). Na estrutura,
funcionamento e principais componentes, as diferenças são pequenas.
Na ilustração a seguir, observa-se um modelo de
ohmímetro com a identificação de seus componentes externos.
Fig.
24-Ôhmímetro de bancada
O ohmímetro é um instrumento que mede a
dificuldade encontrada pela corrente ao circular em um material. Para isso,
através de uma fonte interna (pilha, gerador manual, gerador movido por motor
elétrico), injeta elétrons neste material e indica a dificuldade que os mesmos
encontram para retomarem ao instrumento.
Se os elétrons encontrarem uma resistência baixa, circularão com
facilidade, e o ponteiro andará muito sobre a escala, aproximando-se do zero,
que está no final da mesma. O valor indicado será pequeno.
Se os elétrons encontrarem uma resistência alta, terão dificuldade em
circular no material, e o ponteiro andará pouco sobre a escala, indicando,
assim, um valor alto.
Antes da ligação do ohmímetro, deve ser
verificado se o material a ser medido está realmente desenergizado, pois, se
não estiver, o instrumento será danificado, podendo ocorrer também danos
pessoais. O aparelho tem sua fonte própria.
Na figura a seguir, observa-se a instalação do
ohmímetro para medição da resistência
de um material.
Fig. 25 – Medição de resistência
A figura seguinte mostra a instalação do
megôhmetro para medição da resistência do isolamento de um fio condutor.
Fig. 26 – Medição de resistência de isolamento
O ohmímetro pode ser utilizado também para testes de continuidade. Um
exemplo dessa aplicação é na verificação de um fusível para certificar-se se
está queimado ou não.
Para esse tipo de teste, o ohmímetro é instalado
da mesma maneira que para medir resistência. Se o ponteiro não se deslocar
sobre a escala, o material está interrompido. Caso o ponteiro se desloque, é
porque há continuidade no material testado.
5.4 Resistores de
valores fixos
A ilustração mostra detalhes construtivos de um
resistor de filme de carbono (carvão):
Fig. 27 – Resistor de filme de
carbono
Durante a construção, uma película fina de
carbono (filme) é depositada sobre um pequeno tubo de cerâmica. O filme
resistivo é enrolado em hélice por fora do tubinho -- tudo com máquina
automática -- até que a resistência entre os dois extremos fique tão próxima
quanto possível do valor que se deseja. São acrescentados terminais (um em
forma de tampa e outro em forma de fio) em cada extremo e, a seguir, o resistor
é recoberto com uma camada isolante. A etapa final é pintar (tudo
automaticamente) faixas coloridas transversais para indicar o valor da
resistência.
Resistores de filme de carbono (popularmente,
resistores de carvão) são baratos, facilmente disponíveis e podem ser obtidos
com valores de (+ ou -) 10% ou 5% dos valores neles marcados (ditos valores
nominais).
Resistores de filme de metal ou de óxido de
metal são feitos de maneira similar aos de carbono, mas apresentam maior
acuidade em seus valores (podem ser obtidos com tolerâncias de (+ ou-) 2% ou 1%
do valor nominal).
Há algumas diferenças nos desempenhos de cada um
desses tipos de resistores, mas nada tão marcante que afete o uso deles em
circuitos simples.
Resistores de fio, são feitos enrolando fios
finos, de ligas especiais, sobre uma barra cerâmica. Eles podem ser
confeccionados com extrema precisão ao ponto de serem recomendados para
circuitos e reparos de multitestes, osciloscópios e outros aparelhos de
medição. Alguns desses tipos de resistores permitem passagem de corrente muito
intensa sem que ocorra aquecimento excessivo e, como tais, podem ser usados em
fontes de alimentação e circuitos de corrente bem intensas.
5.5 Código de
cores
Como os valores ôhmicos dos resistores podem ser
reconhecidos pelas cores das faixas em suas superfícies?
Simples, cada cor e sua posição no corpo do
resistor representa um número, de acordo com o seguinte esquema, cor e
número :
PRETO |
MARROM |
VERMELHO |
LARANJA |
AMARELO |
VERDE |
AZUL |
VIOLETA |
CINZA |
BRANCO |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
6 |
7 |
8 |
9 |
10 |
Tab. 5 – Relação entre cores e números nos resistores
A primeira faixa em um resistor é interpretada como
o primeiro dígito do valor ôhmico da resistência do resistor. Para o resistor
mostrado abaixo, a primeira faixa é amarela, assim o primeiro dígito é 4:
Fig.
28 – Código de cores
A segunda faixa dá o segundo dígito. Essa é uma
faixa violeta, então o segundo dígito é 7. A terceira faixa é chamada de
multiplicador e não é interpretada do mesmo modo. O número associado à cor do
multiplicador nos informa quantos "zeros" devem ser colocados após os
dígitos que já temos. Aqui, uma faixa vermelha nos diz que devemos acrescentar
2 zeros. O valor ôhmico desse resistor é então 4700 ohms, quer dizer, 4
700 ou 4,7.
A quarta faixa (se existir), um pouco mais
afastada das outras três, é a faixa de tolerância. Ela nos informa a
precisão do valor real da resistência em relação ao valor lido pelo
código de cores. Isso é expresso em termos de porcentagem. A maioria dos
resistores obtidos nas lojas apresentam uma faixa de cor prata,
indicando que o valor real da resistência está dentro da tolerância dos 10% do
valor nominal. A codificação em cores, para a tolerância é a seguinte:
|
|
|
|
|
|
|
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|
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|
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COR |
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MARROM |
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VERMELHO |
|
OURO |
|
PRATA |
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TOLERÂNCIA |
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+ ou – 1% |
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+ ou – 2% |
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+ ou – 5% |
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+ ou – 10% |
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Tab. 6 – Tolerância dos
resistores
Nosso resistor
apresenta uma quarta faixa de cor OURO. Isso significa que o valor nominal que
encontramos 4 700 tem uma tolerância de
5% para mais ou para menos. Ora, 5% de 4 700
são 235 então, o valor real de nosso resistor pode ser qualquer um
dentro da seguinte faixa de valores: 4700 - 235 = 4 465 e4 700
+235 =4 935 .
A ausência da
quarta faixa indica uma tolerância de 20%