Magnetismo O magnetismo é uma forma
de energia apresentada apenas por alguns materiais, tais como ferro, aço,
compostos de ferro, ligas especiais, níquel e cobalto. Entre outras
propriedades, os corpos com magnetismo apresentam a de atrair outros corpos.
Nota-se, entretanto, que só os corpos feitos com os materiais citados no
parágrafo anterior podem ser atraídos.
Os corpos que possuem
magnetismo são denominados ÍMÃS. Os ímãs são normalmente produzidos pelo
homem (ÍMÃS ARTIFICIAIS); há, porém, o ÍMÃ NATURAL, um composto de ferro conhecido
pelo nome de MAGNETITA, encontrado com relativa facilidade na natureza.
Quando se faz um corpo adquirir propriedades magnéticas, ele pode perdê-las
em pouco tempo ou conservá-las por toda a sua existência. No primeiro caso
temos um ÍMÃ TEMPORÁRIO e no segundo caso um ÍMÃ PERMANENTE. Um ímã natural é
permanente. Várias teorias têm
sido apresentadas para explicar o magnetismo, entre as quais destacamos a de
WEBER-EWING (TEORIA DOS ÍMÃS MOLECULARES) e a dos DOMÍNIOS MAGNÉTICOS, esta
última mais moderna e mais completa. A teoria dos ímãs
moleculares diz que as moléculas das substâncias magnéticas (as que podem
apresentar propriedades magnéticas) são pequenos ímãs, cujos efeitos não
podem ser apreciados porque estão dispostos no corpo de tal forma que suas
ações se anulam mutuamente. A imantação de um corpo consiste em “arrumar” os
ímãs moleculares de modo que suas ações se somem. Esta teoria, com o conhecimento atual da
constituição da matéria, cedeu lugar a novas ideias. A teoria dos domínios
magnéticos baseia-se no fato de que os fenômenos magnéticos resultam do
movimento de cargas elétricas. É fato comprovado e de grande aplicação que
uma carga elétrica em movimento apresenta não só um campo elétrico como
também, e principalmente, propriedades magnéticas; convém ressaltar que as
propriedades magnéticas só são observadas quando a carga está em movimento,
ao passo que o campo elétrico existe também quando ela está em repouso. Conhecendo o fato
acima e sabendo que os elétrons dos átomos de um corpo estão sempre em
movimento (“spin” e movimento em suas órbitas), o homem concluiu que todos os
elétrons de um corpo têm propriedades magnéticas (são ímãs
pequeníssimos). Mas esta conclusão
não contraria o que foi afirmado no primeiro parágrafo? Se todos os corpos apresentam elétrons em
movimento, todos têm, propriedades magnéticas? A resposta é NÃO para
as duas perguntas. Sabe-se que quando duas cargas elétricas iguais se
movimentam em sentidos opostos os seus efeitos magnéticos se anulam. Sabe-se
também que os elétrons dos átomos constituem dois grupos que giram em
sentidos opostos. Quando esses dois grupos são iguais (em número de
elétrons), as propriedades magnéticas dos átomos são nulas, fato que ocorre
com a maioria das substâncias. Quando os grupos são quantidades de elétrons
diferentes, há o predomínio de um deles, e os átomos são minúsculos ímãs;
isto é o que ocorre com os materiais a que nos referimos no início do
capítulo e que são chamados MATERIAIS MAGNÉTICOS. Os átomos com propriedades magnéticas
reúnem-se em grupos de aproximadamente 1015 unidades, constituindo
DOMÍNIOS MAGNÉTICOS. Um pedaço de ferro,
por exemplo, é formado por domínios. Observa-se, entretanto, que os efeitos
dos domínios não se somam, como acontece com os efeitos dos átomos que os
constituem, e, em verdade, praticamente se anulam. É por este motivo que
normalmente um corpo de material magnético não é um ímã. Este fato é
consequência da má disposição dos domínios, cujas ações estão em oposição,
fazendo com que o corpo, como um todo, não apresente qualidades
magnéticas. É possível, porém, dar
nova disposição aos domínios, que resulte numa ajuda mútua por parte desses
grupos de átomos, produzindo-se então um ímã.
Fazer um corpo apresentar propriedades magnéticas, ou IMANTÁ-LO (ou
ainda MAGNETIZÁ-LO), é, portanto, orientar os seus domínios de modo que somem
suas ações magnéticas. Campo Magnético Qualquer região ou matéria
em que são observados efeitos magnéticos é um campo magnético. Pode-se tomar conhecimento de um campo
magnético com auxílio de uma bússola (agulha magnética) ou de um fio
conduzindo corrente elétrica. Quando o
campo existe, age uma força sobre a agulha magnética, forçando-a a mudar de
posição. No caso do fio, o campo magnético atua sobre as cargas em movimento
no mesmo, obrigando-as a mudar de direção, o que, por sua vez, provoca o
deslocamento do fio. Para representar
graficamente um campo magnético, dando uma ideia de sua grandeza em
diferentes pontos, bem como da sua forma (que dependerá da forma do corpo
magnetizado), usamos linhas que são chamadas LINHAS DE FORÇA. Estas linhas
são traçadas de tal modo que indicam as ações do campo sobre corpos
magnéticos nele colocados. Magnetismo
Terrestre A Terra é um
gigantesco (porém relativamente muito fraco) ímã. A ação do seu campo
magnético sobre pequenas agulhas imantadas que giram livremente sobre eixos
(as bússolas) permite um traçado da sua forma e o conhecimento da sua direção
e do seu sentido. Quando o campo
magnético da Terra age sobre uma bússola, os extremos desta ficam apontados
aproximadamente para os polos norte e sul geográficos, e por este motivo são
chamados respectivamente de polo Norte e polo sul. Este fato pode ocorrer com
qualquer ímã em barra que possa mover-se livremente; daí a designação de polo
norte e sul dada
às extremidades desses ímãs (e, por
semelhança de efeitos, a outros de
formas diferentes), onde o seu magnetismo torna-se mais aparente. A ação do campo
magnético terrestre sobre a bússola não se faz sentir apenas no plano
horizontal, fazendo-a deslocar-se para estacionar na direção norte-sul da
Terra. Verifica-se também que a bússola apresenta uma inclinação em relação à
horizontal do lugar em que está situada, dando-se ao ângulo em apreço a
denominação de INCLINAÇÃO MAGNÉTICA. A direção norte-sul
verdadeira não corresponde perfeitamente à indicada por uma bússola. O ângulo
formado pelas duas direções é a DECLINAÇÃO MAGNÉTICA. Atração e Repulsão
entre Ímãs Quando lidamos com
ímãs, notamos que quando seus campos magnéticos são colocados em oposição se
repelem, e quando os campos se somam a atração entre os ímãs; em outras
palavras, polos de nomes iguais se repelem e polos de nomes diferentes se
atraem. |