INDUTOR O indutor é um dos componentes
elétrico/eletrônico mais simples de se confeccionar, porém com função não
menos importante. É constituído por um fio, geralmente cobre, enrolado
helicoidalmente numa forma com uma geometria que pode ser circular, quadrada,
elíptica etc. e como o capacitor, o indutor tem sua indutância em função da
sua geometria. A unidade de medida da indutância é o henry. Também temos
osubmultiplos, onde os mais comuns são o milihenry, microhenry e o nanohenry. Características dos Indutores 2. Características
dos Indutores Como nos capacitores, também podemos variar a
indutância de um indutor mudando o material que preenche seu núcleo. Assim,
podemos ter indutores com núcleo a ar, ferrite ou outro material
ferromagnético qualquer. Cabe ressaltar que quando uma corrente elétrica,
de qualquer natureza, circula pelo enrolamento do indutor, esta gera
um fluxo magnético no seu interior. Este fluxo
magnético pode ser constante ou variável. Por definição, a indutância de um indutor é dada
por: eq.04-01 Nesta equação, N é o número de espiras do
indutor, enquanto Φ é o fluxo
magnético em webers e i é a corrente elétrica,
em ampère, que circula pelo indutor. Em análise de circuitos, a tensão no indutor
sempre tem uma polaridade oposta à fonte que a gerou, e assim, a tensão média
sobre o indutor é: eq.04-02 Esta equação significa que se não houver variação
na corrente elétrica que circula pelo indutor, então a tensão nos seus
terminais será igual a ZERO. Esta é uma característica muito importante
do indutor e veremos com mais detalhes no item 5.
Associação de Indutores 3. Associação
de Indutores Aqui também temos três tipos de associações de
indutores que podemos encontrar em circuitos elétricos. As associações
série, paralelo e mista.
Associação Série de Indutores 3.1. Associação Série O que caracteriza uma
associação série é termos ligado a um nó somente dois
componentes. Assim, podemos dizer que se o circuito fosse alimentado por uma
fonte de corrente, a corrente que atravessaria o circuito seria a mesma em
qualquer indutor do circuito. Figura 04-1 Na Figura
04-1 vemos uma associação série .
Podemos substituir todos os indutores que fazem parte do circuito por um
único indutor equivalente. O valor do indutor equivalente é dado pela equação
abaixo. Ou seja, é o mesmo caso de resistência em série. Leq =
L1 + L2 + L3
eq.04-03
3.2. Associação Paralelo O que caracteriza uma
associação paralelo é que todas os indutores estão submetidos a uma
mesma diferença de potencial. Figura 04-2 Na Figura 04-2 vemos uma associação
paralela de indutores Podemos substituir todos os
indutores que fazem parte do circuito por um único indutor equivalente. Caso
tenhamos "n" indutores podemos calcular valor do indutor
equivalente pela equação abaixo, ou seja, é o mesmo caso de resistências em
paralelo.
Associação Mista de Indutores 3.3. Associação Mista Figura 04-3 Na
associação mista, mostrada na Figura 04-3, como o próprio nome está
dizendo, teremos um circuito que contém, tanto associação em paralelo, como
em série. Para resolvê-lo, primeiramente encontramos o resultado do paralelo
entre L2 e L3 e, posteriormente,
somamos com o valor de L1.
Acumulada nos Indutores 4. Energia
Acumulada nos Indutores Assim como capacitores podem armazenar energia
no Campo Elétrico que surge quando se aplica uma tensão elétrica
entre suas placas, como vimos no capítulo 3, os indutores também
podem acumular energia no Campo Magnético gerado pela passagem da
corrente elétrica através do seu enrolamento. Essa energia só depende
da indutância e da corrente elétrica que circula
pelo indutor e podemos calculá-la utilizando a equação abaixo. eq. 04-05
Comportamento do Indutor em Corrente Contínua - Transientes 5.
Comportamento do Indutor em Corrente
Contínua - Transientes Neste ítem, veremos
qual o comportamento de um indutor em relação à corrente
contínua (CC) ou direct current (DC).
Consideraremos que no indutor, inicialmente, não circula corrente
elétrica em seu enrolamento, portanto, possui energia inicial igual
a zero. Quando não for este o caso, explicitaremos a condição inicial. Abaixo, está descrita uma das propriedades
fundamentais de um indutor. Baseado
na propriedade acima, o indutor assume características especiais quando
submetido a variações de corrente elétrica em seus terminais. Normalmente,
usa-se um resistor em série com o indutor para limitar a corrente elétrica
que circula por ele.. Assim, quando o indutor é
submetido, bruscamente, a uma variação de tensão elétrica, ele comporta-se
como um circuito aberto. Na Figura 04-4 podemos ver um
circuito clássico para estudar o comportamento do indutor. Figura 04-4 Neste circuito, temos uma chave S, que
permite ligar e desligar a fonte de tensão que alimenta o circuito. Ao ser
fechada aplica uma tensão elétrica proveniente da fonte de tensão V, no
circuito formado pelo resistor em série com o indutor. Na literatura técnica,
representa-se o instante de fechamento da chave S, como o tempo igual
a t = 0+. A velocidade com que circula corrente elétrica no
indutor , depende dos valores
da indutância do indutor e da resistência elétrica do
resistor que encontra-se em série com o indutor. Os valores destes dois
componentes determinam a chamada constante de tempo do circuito e é
representada pela letra grega τ (tau). Então podemos escrever
que: τ = L /R Figura 04-5 Ao aplicarmos, bruscamente, uma tensão
elétrica sobre o indutor, sua indutância não permite que ocorra uma
variação instantânea da corrente elétrica no circuito. Portanto, se não há
corrente circulando pelo circuito, toda a tensão da fonte estará sobre o
indutor. Então, VL = V. Quando o circuito começa a conduzir corrente
elétrica, esta cresce rapidamente no início da condução e atinge o valor
final de i = V / R de uma forma exponencial. A Figura
04-5 mostra graficamente esse comportamento do circuito. E isso está
intimamente relacionado com a equação abaixo. eq.04-06 Atente para o fato que quando o tempo cresce, a
corrente no circuito tende para o valor final iL =
V/R. E, aproximadamente, após cinco constantes de tempo, podemos
dizer que o circuito atingiu o regime permanente. A partir desse
momento, toda a tensão da fonte estará sobre o resistor e,
naturalmente, a tensão sobre o indutor será zero. Isto devido
ao fato que a corrente torna-se constante, ou seja,
não varia com relação ao tempo, e como dito anteriormente, a tensão sobre o
indutor é nula. Então, para cálculos em circuitos elétricos, devemos
considerar o indutor como um curto-circuito quando em
regime permanente. Podemos calcular a tensão sobre o indutor a qualquer
momento usando a equação abaixo.
Esta
foi uma breve abordagem sobre o comportamento de um indutor quando este está
em um circuito que utiliza somente corrente contínua. Em breve abordaremos
com mais profundidade esse problema recorrendo a solução de equações
diferenciais, bem como demonstrar de onde surgiram as equações acima. |